Último rinoceronte-branco do
norte macho do planeta, Sudan morreu aos 45 anos no Quênia em decorrência de
uma infecção em sua pata direita traseira, por conta da idade avançada, a
doença progrediu de maneira irreversível e os veterinários optaram pela
eutanásia. Com sua morte, restam apenas fêmeas de sua espécie, indicando que,
ao menos em tese, esses animais entraram em extinção.
Em seus últimos anos de
vida, Sudan tinha a companhia de três guarda-costas armados com escopetas e
rifles semiautomáticos. Durante 24 horas por dia, sete dias por semana. Ele
vivia no Ol Pejeta Conservancy, área de proteção no Quênia. Os seguranças
tinham como missão afastar os caçadores que saíam em busca do chifre de
rinocerontes, vendido em países como o Vietnã por até US$ 100 mil o quilo —
mais valioso que ouro, por ter fama de curar doenças como o câncer.
Quando Sudan passou a viver
na reserva ambiental, na década de 1970, existiam ao menos 500 exemplares de
rinocerantes-brancos do norte. Hoje, esse número é de apenas dois exemplares. Enquanto campanhas para a preservação dos
rinocerontes-brancos que vivem na porção sul do território africano fizeram com
que a população desses animais aumentasse para mais de 20 mil exemplares, a
espécie de Sudan (considerada um pouco menor do que seus parentes do sul) só
minguou nos últimos anos. Sudan era protegido por
soldados Sudan era protegido por soldados.
O rinoceronte é considerado
um dos cinco grandes animais da África, ao lado do leão, do elefante, do búfalo
e do leopardo. Além das espécies rinoceronte-branco e rinoceronte-negro,
existem também os rinocerontes-das-índias, rinocerontes-de-sumatra e
rinocerontes-de-java. Eles vivem em média 40 anos, em pradarias ou savanas, e
chegam a pesar 1,5 tonelada.
Uma de suas características
mais marcantes é o que os transforma em presa fácil dos caçadores. Para
demarcar território, os rinocerontes pisam nas próprias fezes, uma pessoa
treinada consegue segui-los facilmente por causa do rastro que deixam.
Os caçadores, normalmente
jovens pobres sem muita perspectiva de vida, atuam à noite, de preferência sem
arma de fogo, para não chamar a atenção das autoridades. Usam tranquilizantes
para deixar os animais apagados e machados e serrotes para arrancar o chifre, que
pode pesar até quatro quilos. Os rinocerontes não morrem na hora, mas há
relatos de turistas que cruzaram em parques nacionais com um rinoceronte com o
rosto totalmente desfigurado.
Mas ainda há um fio de
esperança: cientistas planejam utilizar as informações genéticas de Sudan para
manipular embriões da espécie e realizar uma inseminação artificial nas duas
últimas exemplares de rinocerentes-brancos do norte. A técnica nunca foi
utilizada e não há certeza de sua eficácia. Melhor seria se a conservação dos
rinocerontes tivesse sido feita de outra maneira, há décadas atrás...
Meu nome é Marcela Santos,
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